A periodontite é uma inflamação na gengiva — que pode levar à perda de dentes —, responsável por afetar uma grande percentagem de adultos. É o caso da Sofia Novais de Paula, que sofre desta doença.

Neste artigo vai poder conhecer a situação da Sofia, paciente da YOU já há muitos anos. Mas antes, vou explicar-vos o que é a periodontite e de que forma as doenças periodontais podem afetar a qualidade de vida das pessoas.

Periodontologia

A periodontologia assume um papel essencial na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças periodontais. Quando falamos de periodontologia referimo-nos então à especialidade da Medicina Dentária, responsável pela manutenção dos tecidos de suporte do dente: a gengiva e o osso. 

Tanto a gengivite como a periodontite são doenças periodontais. A primeira, é a forma inicial da periodontite — ou doença periodontal —, onde existe inflamação da gengiva.

A segunda, a periodontite, resulta de uma gengivite não tratada e é uma doença crónica. Nesta fase, já existe destruição das estruturas que suportam os dentes, pelo que pode ocorrer mobilidade e perda dentária. Ou seja, o dente pode começar a abanar e até cair, pois perdeu toda a sua estrutura de suporte.

Fatores de risco e sintomas de periodontite

Importa saber que a origem de uma periodontite está frequentemente associada à presença de placa bacteriana. Mas também a outros factores, como: a genética, o tabaco, alterações hormonais — sobretudo nas fases da gravidez ou da menopausa —, diabetes ou situações de stress.

Quanto aos sintomas, os mais frequentes são o sangramento gengival, a gengiva inflamada e com volume aumentado, dentes com mobilidade, mau hálito e sensibilidade dentária.

O caso da Sofia Novais de Paula

A periodontite é uma doença bastante recorrente na nossa população. A Sofia Novais de Paula foi surpreendida com este diagnóstico e ultrapassou uma fase já bastante grave, no que se refere a esta doença.

O facto de a Sofia ter ignorado os sintomas — apenas nos contactou quando já não conseguia suportar a dor — inevitavelmente contribuiu para um caso verdadeiramente complexo. 

Como a própria menciona, vivia uma fase complicada na altura: estava perante um grande stress emocional, fumava, não dormia bem, era viciada em coca-cola e tinha uma alimentação completamente desequilibrada.

Todos estes fatores contribuíram para o desenvolvimento da periodontite da Sofia. Por isso, é muito importante olhar não apenas para a doença, mas também para os hábitos e estilo de vida do paciente. 

O tratamento da periodontite

Antes de iniciar o tratamento, realizamos um diagnóstico para avaliar a acumulação de placa bacteriana, bem como a quantidade de sangramento gengival, que me permite enquanto Médico Dentista ter a certeza de que se trata de periodontite Nalguns casos também pode ser necessário realizar exames radiográficos para perceber o impacto da doença no osso, por exemplo.

A primeira fase do tratamento consiste na realização de uma limpeza dentária criteriosa, para que a gengiva retorne a uma situação saudável. Em situações de periodontite mais avançada, pode ser necessário recorrer a um tratamento cirúrgico.

Posteriormente entramos na fase de manutenção, que corresponde a consultas rotineiras de vigilância, por forma a evitar que a periodontite volte a progredir — já que, tratando-se de uma doença crónica, não tem cura.

Contudo, cada caso é um caso. Na situação da Sofia, por exemplo, foi necessário fazer imediatamente uma limpeza muito profunda e durante algumas semanas várias limpezas, pois o nível de inflamação era muito grande.

É melhor prevenir do que remediar

A periodontite tem um grande impacto no bem-estar do paciente, pois não só é um problema de saúde crónico, como pode afetar a sua autoestima, devido à perda de dentes.

Tratando-se a periodontite de uma doença que resulta de uma gengivite, torna-se essencial estar atento aos seus sintomas iniciais, nomeadamente: sangramento ao escovar os dentes, gengiva inflamada, aparecimento de placa bacteriana ou mau hálito. 

É também um factor de risco para doenças cardiovasculares, doenças pulmonares crónicas obstrutivas, diabetes mellitus, partos prematuros, entre outras patologias.

Por estas razões, é essencial apostar na prevenção: através de uma correta higiene oral e da realização de destartarizações, pelo menos, a cada 6 meses.

Se tem sangramento gengival ou as gengivas constantemente inflamadas, marque uma consulta. Enquanto Médico Dentista e membro da Sociedade Portuguesa de Periodontologia, estarei disponível para o ajudar com a sua gengivite ou a travar a periodontite, com um diagnóstico precoce e preciso e um tratamento adequado.

Dr. Pedro Freitas

Médico Dentista e Diretor Clínico da YOU